Hoje, dia 1° de outubro, a Igreja celebra a memória de uma santa e doutora da Igreja, Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face. Santa Teresinha, como é carinhosamente chamada por seus devotos, nasceu em Alençon, cidade francesa, no dia 02 de janeiro de 1873, e faleceu no dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos, em Lisieux.
Santa Teresinha, entrou no convento carmelita aos 15 anos, em abril de 1888. Depois disso, nunca mais saiu do Carmelo, passando o resto de seus dias em oração e em vida comunitária. Com 21 anos, começou a sofrer de tuberculose, passando três anos com essa doença, que era incurável na época. Em suma, ela levou uma vida simples e humilde, sendo chamada de “santinha” quando faleceu.
Mas, como nos diz Cristo, “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”[1]. Assim, a luz que irradiava de Teresinha não ficou escondida, mas se revelou a todo o mundo, lembrando que mesmo nas épocas mais confusas da humanidade, ainda surgem flores de amor.
E toda essa luminosidade vem de sua simplicidade e profundo amor. Santa Teresinha é conhecida por ter mostrado um novo caminho de profunda união com Deus, a pequena via. Essa pequena via consiste em partir das pequenas coisas para chegar as grandiosas. De amar a Cristo nos detalhes, para ser capaz de doar-lhe a vida.
Em seu manuscrito autobiográfico, Santa Teresinha conta de sua constante entrega a Deus, por pequeninas coisas, como “dominar minha vontade, sempre pronta a se impor; em reter uma palavra de réplica; em prestar pequenos favores, sem deixar que transparecessem; em não apoiar as costas, quando sentada”[2], entre muitos outros.
Essa via inaugurada por nossa santinha, nos mostra que podemos nos unir a Cristo pela simplicidade, pela pureza de coração, pelo amor. Através dessa pequena via, podemos nos transfigurar cada vez mais com Cristo, nos tornando pequenos, como ele se fez pequeno para nos salvar.
Assim, todos os dias teremos algo para ofertar a nosso bom Deus, nem que seja um levantar um pouco mais cedo, um sorriso esforçado a alguém de difícil convívio, uma palavra doce ao invés de uma repreensão, entre tantas outras oportunidades. Isso nos levará para mais perto de Deus, para que possamos fazer à vontade d’Ele.
O fundamento basilar da pequena via consiste não nos detalhes em si, pois podem ser as vezes até insignificantes, mas no amor colocado e doado. Não simplesmente fazer, mas amar. No amor, as pequenas renúncias fazem sentido e ganham um valor inestimável aos olhos do Amor.
Santa Teresinha, por exemplo, deseja se consumir na missão, se entregar pelos outros, ser tudo quanto fosse possível. Mas, aprendeu que vivendo o amor por Cristo, pela Igreja e pelo outro, ela podia ser tudo. Foi sua vivência da pequena via que a fez exclamar que havia encontrado seu lugar na Igreja, “No coração da Igreja, minha mãe, serei o amor…Assim serei tudo…Assim será realizado meu sonho”[3].
Nossa santinha, será para nós um auxílio, ela que se santificou pelas pequenas coisas, e se mostrou ser não uma pequena luz, mas um luzeiro que reluz em todo o mundo. Ela que se consumindo por amor na oração, no recolhimento e no silêncio do Carmelo, se transformou na padroeira das missões e doutora da Igreja.
Que em nossa caminhada rumo ao céu, Santa Teresinha sempre nos acompanhe e auxilie. Contamos também com aquela que viveu mais perfeitamente a pequena via, Nossa Mãe Santíssima, que a cada dia “guardava todas estas coisas no seu coração”[4]. Essa Mãe, que viveu tudo em direção a Deus, nos ajude a nos converter realmente a Cristo. Que Santa Teresinha do Menino Jesus, rogue por nós em nossa caminhada! Santa Teresinha, rogai por nós!
[1] Mateus 5, 16.
[2] Teresa do Menino Jesus, Santa, Obras Completas escritos e últimos colóquios. 1.ed. São Paulo: Paulus, 2016, p. 141.
[3] Ibid., p. 173.
[4] Lucas 2, 51.
Wilgner Batista Picolo, 2° ano do discipulado