Meditando a Paixão de Cristo, e contemplando o crucificado, uma voz interior invadiu o meu coração, como que se o próprio Jesus Cristo estivesse falando a mim, me convidando a associar-me a sua Paixão, a estar com Ele no calvário.
Jesus Cristo disse então ao meu coração:
“Associa-te a Minha Paixão, só a partir desta tua entrega que continuará a suster força, para conseguir seguir o caminho que tenho traçado para ti, é onde encontrarás forças para refazer os seus bons propósitos e vivê-los, só assim, serás verdadeiramente “Totus Tuus Sum Mariae” ou seja, todo de Maria, e por meio de minha Mãe Maria, todo a mim. A partir desta União a Mim, conseguirás vencer as tentações da carne, as tentações contra a pureza e castidade, assim conseguirá permanecer fiel a mim e ao chamado que tenho para ti.
Associa-te a Minha Paixão e assim chegarás e penetrarás no mais profundo do Meu Coração Sagrado, assim, aprendereis que Eu sou o verdadeiro Amor, e experimentarás do imenso amor que tenho por ti, e poderás amar os outros com meu amor. Associa-te a minha Paixão, não resista ao meu doce chamado, não resista ao meu amor, deixa Eu te Amar! Associa-te a minha Paixão, vem consolar-Me!
Quero revelar-te o mais profundo do meu coração, olhe para as minhas mãos, que acabam de ser perfuradas pelo prego, o qual perfura-me até penetrar na madeira da cruz; oh, quanta dor! No momento em que é colocado o prego na minha mão, preparo meu espírito para aguentar a dor, quando o soldado soltar com toda força, a marreta em cima do prego, a cada martelada meu Sangue Preciosíssimo espirra e cai no solo, até que minha mão é perfurada e o sangue escorre pelo prego e pela madeira da cruz. Olhe minhas mãos feridas e sangrentas foi por ti; olhe minhas mãos que se doam por ti, olhas para o padre quando segura a mim na Hóstia Consagrada, as suas mãos, sãos as minhas, como que na última Ceia, mas agora, já está cumprido o mistério do calvário, são minhas mãos perfuradas e sangrentas, eis o mistério da transubstanciação, Eu me torno presente na Eucaristia, já não é mais um simples pão, mas sou Eu, teu Jesus, teu Senhor, todo e inteiro, Corpo, Alma e Divindade. Põe tuas mãos, em minhas mãos feridas e sangrentas, que as tuas mãos sejam para mim, o bálsamo que alivia a minha dor, e seja como a lã que recolhe o meu precioso sangue. Ama-Me, consola-Me, repara-Me!
Olhe para os meus pés, que também me transpassaram; ajuntando os meus pés, colocaram sobre eles o grande prego, o qual era gelado ao tocar-me, mas que depois, ao ir perfurando-os era como brasa quente, que vai queimando, enquanto vai adentrando aos meus pés. Oh, quanta dor! Neste momento grito de dor, mas confio plenamente no Pai, e quero cumprir a sua vontade, e ao mesmo tempo olho para cada homem e mulher da terra, e digo, como vos amo e por ti entrego a minha vida, para vos resgatar da morte. Depois que o prego atravessou meus pés, o meu Sangue Precioso, como que em gotas, começa a gotejar através do prego, até a escorrer pelo madeiro da cruz e chegar a tocar a terra. Hoje, também me entrego a ti, pela Eucaristia, Eu me deixo guiar pelas mãos do homem que me leva onde eles querem, os meus pés estão cravados, mas são cravos de amor; recolhe pois, as gotas do meu precioso sangue. Ama-Me, consola-Me, adora-Me!
Olhe para a minha coroa de espinhos, a qual foi me colocada para zombarem de mim, dizendo: “Salve o Rei dos Judeus”. A coroa sinal da realeza, mas a minha realeza não é a deste mundo; os cravos da coroa eram grande e penetraram a cavidade de minha cabeça, como foi doloroso! Enquanto colocavam e a apertavam em minha cabeça, escorria em meu rosto o meu sangue precioso, o qual misturava aos meus cabelos, e descia aos meus olhos, fazendo com que eu apresentasse uma fisionomia desfigurada, o homem das dores, sem beleza em seu rosto. Eu, que sou a imagem perfeita da Santíssima Trindade, agora desfigurado por amor a ti; o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, agora pequeno, rebaixado, humilhado, mas por amor a ti.
Olhe para mim, Eu quero falar, na cruz pregado eu estou, e para falar devo me apoiar nos pregos das mãos e dos pés, quanta dor, quanto sofrimento, mas vos disse, minhas palavras na cruz e perdoei a todos os que me crucificaram, e vos continuo perdoando até hoje, por meio do sacramento da confissão. Ao aproximar a minha hora, a minha respiração já ofegante e profunda, o meu cansaço, a minha angustia e agonia, encontro consolo em saber que vou para junto de meu Pai, e que faço nova todas as coisas, por amor a ti. Sinto-me um abandono na cruz, mas confio na Palavra de meu Pai, e sinto o consolo de minha Mãe Maria, com seu olhar doce e amoroso, e assim, deixo me ser invadido pelo consolo e o amor de minha mãe, e junto dela meu discípulo amado. Olhe para mim e junto de minha Mãe Santíssima, me ames, me consoles, esteja junto a mim, agora não na cruz, mas no Sacrário.
Então entrego o meu espírito, por amor a ti, para vos salvar, morro na cruz. Olhe para o meu lado aberto, o qual foi ferido por um soldado e que jorrou de meu Corpo Sacro Santo, Sangue e Água; me entreguei todo a ti, sem reservas, dei todo o meu sangue por ti, eu vos amo, e por ti me entreguei e vos lavo no meu sangue e água sinais de minha misericórdia. Recolhas as minhas misericórdias, recolha a água e sangue que jorra de lado aberto. Ama-me, consola-Me, repara-Me! Associa-te a minha Paixão! ”
Ao terminar o que Jesus falou ao meu coração, me coloquei na sua presença e confiei a minha vida plenamente nas mãos de Jesus, e aceitando tudo o que o Senhor quiser para mim, assim eu disse a Ele: quero associar-me a Tua Paixão ó Jesus, ser crucificado contigo, e vos ofertar as minhas dores, a minha cruz, e que por meio deste ato, seja uma oferta do meu amor, e uma forma de vos consolar e reparar as minhas ofensas e as ofensas dos outros. Faz-me configurar a Ti Senhor, ter os mesmos sentimentos que Tu tens ó Jesus, sofrer contigo, sentir as dores contigo, sentir a agonia contigo, sentir a alegria da ressurreição contigo. Eu quero associar-me Senhor Jesus, a Tua Paixão! Caro leitor, seja você também, um bálsamo que cura as feridas de Cristo, seja um adorador, console Jesus Cristo com sua vida, com sua entrega, com seu amor; seja como o discípulo amado, que unido a Virgem Maria estava ao lado de Jesus na Cruz. Associa-te a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Wailton Coelho, 3º ano da configuração.