“Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores, e as revelastes aos pequeninos.” (Mt 11,25)
Em 1917, Nossa Senhora aparece seis vezes a três crianças numa pequena vila com o nome de Aljustrel. Esta fica próxima à Fátima, em Portugal. Nossa Senhora convida-as a oferecerem-se como vítimas de reparação pelos pecados cometidos contra o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Também as estimula rezarem o santo terço e a fazerem penitências pela conversão dos pecadores, pelo fim da guerra e pelo Santo Papa. Essas três crianças são canal da graça de Deus para muitos pecadores, instrumento de irradiação da devoção à Nossa Senhora, ao santo rosário e exemplo de santidade para os cristãos do mundo de hoje.
Lúcia, a mais velha dos pastorinhos, tinha dez anos no ano das aparições e já, desde antes dos acontecimentos, viam-se sinais de santidade e de grande amor a Nossa Senhora nesta criança. Quando tinha seis anos o padre de sua paróquia a liberou para fazer sua primeira Eucaristia. Após receber a Sagrada Comunhão rezou: “Senhor, fazei de mim uma santa, guardai o meu coração sempre puro, para Ti só”[1] e depois deste dia nada para ela lhe dava mais alegria que recordar da paz que sentiu ao receber Jesus Eucarístico e por saber que Ele habitava dentro de si e, por isso, buscava em tudo fazer a vontade de Deus, permanecendo em Seu amor.
“Perdi, desde então, o gosto e atrativo que começava a sentir pelas coisas do mundo, e só me sentia bem em algum lugar solitário, onde pudesse, sozinha, recordar as delícias da minha Primeira Comunhão.”[2]
O mais contemplativo dos três, com certeza, foi Francisco Marto, o adorador de “Nosso Senhor”, como ele mesmo gostava de dizer. Com oito anos na época das aparições, apesar da pouca idade, era um menino de olhar firme e decidido, gostava de tocar seu pífaro, era obediente e amável para com todos. Francisco, logo depois de ver o Anjo e receber a Comunhão, não conseguiu dormir naquela noite e disse à prima e a irmã: “Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era.”[3]
De temperamento doce e delicado, Jacinta era amável, simpática e sempre alegre, mas por vezes aborrecia facilmente. Tinha sete anos quando Nossa Senhora apareceu a ela. Gostava de brincar com o irmão, Francisco, e com seus primos, especialmente com Lúcia. A estimava ouvir histórias, principalmente a narração da Paixão de Cristo, que a deixava comovida, chorava com pena e dizia: “Coitadinho de Nosso Senhor! Eu não ei de fazer nunca nenhum pecado. Não quero que Nosso Senhor sofra mais.”[4] Com certeza, este foi um dos motivos que a levou, mais tarde, a oferecer todos os seus sofrimentos por amor a Nosso Senhor e pela conversão dos pecadores.
Os pastorinhos de Fátima com certeza são modelos de confiança nos desígnios de Deus, de desapego total de si, de sofrer com amor as cruzes de cada dia, de amar a Jesus no próximo e no irmão, de verdadeiro amor a Jesus escondido na Eucaristia e à Nossa Senhora e de perseverança até a morte. Eles, depois da verdadeira experiência íntima com Jesus, mudaram de vida e em todos os momentos, buscavam fazer a vontade de Deus e a permanecer no seu amor, fazendo das coisas simples e rotineiras um meio para amar mais a Nosso Senhor.
Eu te louvo, ó Pai, pelo exemplo deixado por crianças tão santas, pela pureza de seus corações, por serem almas sinceras e dóceis à Tua vontade, por tantos pecadores se converterem por seus exemplos e suas orações, por serem hoje nossos intercessores no Céu, por realizar tão grande maravilha por meio delas neste mundo e por infundir em nossos corações o amor por Jesus, Nosso Senhor, e por Nossa Senhora.
[1] WALSH, Willian Thomas. Nossa Senhora de Fátima. 2ª ed. São Paulo: Quadrante, 2017. pp. 31.
[2] Ibid.
[3] WALSH, Willian Thomas. Nossa Senhora de Fátima. 2ª ed. São Paulo: Quadrante, 2017. pp. 71.
[4] BEMELMANS, Benoît. Jacinta de Fátima: Sofrer para salvar os pecadores. 1ª ed. São Paulo: Petrus Editora, 2015. pp. 15.
Pedro Henrique , 2º ano do discipulado.