A princípio ela é celebrada no dia 1º de novembro e é, também, uma solenidade móvel, ou seja, caso caia durante a semana ela é transferida para o domingo seguinte. Esta solenidade litúrgica dedica, de modo especial, um dia a todos aqueles que estão unidos a Jesus Cristo no céu e intercedem por nós. Esta solenidade teve início nos primeiros séculos, onde se celebravam os fiéis mártires, e mais tarde o papa Gregório III propôs o dia 1º de novembro como solenidade, e daqui em diante passou a incluir todos os que faleceram e que estão na Glória do céu.
Porque celebrar todos os Santos? Porque todos somos chamados a vida de santidade e celebrando todos os santos é fazer-nos relembrar de que temos intercessores e exemplos a seguir, e ao mesmo tempo estamos atendendo o que diz na Sagrada Escritura: “Sede santos, porque eu o Senhor, vosso Deus, sou Santo” (Lv. 19, 2). Nesse sentido, ser santo é imitar e seguir os exemplos de nosso Senhor, é ser desapegado das coisas do mundo e desejoso pelos bens do céu. A Sagrada Escritura nos ensina que devemos perdoar, praticar a caridade e a misericórdia, assim também deve ser a atitude daqueles que almejam o céu, pois foi assim que os santos que estão juntos com Deus fizeram.
Esta solenidade é um chamado que nos convida a olharmos para o alto, pois, apesar de todos os pecados que obscurece este mundo, sabemos que brilham no céu a santidade e a esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo. Em nosso Senhor somos inseridos em uma comunidade da qual não se acaba com a morte, mas que continua por toda a eternidade. Ao rezarmos a profissão de fé estamos professando que cremos na vida eterna e na comunhão dos santos, na qual expressa a finalidade da verdadeira contemplação de Deus e da união eterna com ele. Essa comunidade não é interrompida com a morte, porque os que estão no céu recebem de Deus o conhecimento de que os fiéis, ainda vivos, precisam da intercessão deles. É uma via de mão dupla, ou seja, rezando por eles, eles intercedem junto a Cristo por nós.
No livro do Apocalipse, São João fala da visão que teve da grande multidão de gente, de todas as nações, tribos, povos e línguas e que ninguém podia contar. Essa multidão são esses santos que hoje veneramos e que foram chamados por Cristo, e que chegaram à salvação e quanto a nós é ainda uma esperança que não se deve acabar. Assim como eles também teremos muitos desafios, dificuldades e perseguições, mas que com a firme esperança em Cristo Jesus saberemos lutar e vencer tudo isso.
Dom Henrique Soares disse: “Ninguém é santo com as próprias forças e nem com a própria santidade, pois é só em Cristo que nós somos santificados”. Devemos nos assemelhar aos exemplos dos santos, que não tiveram medo de enfrentar os desafios por causa do nome de Cristo. Só foram santos não por causa da própria santidade, mas sim da santidade que vem do filho de Deus feito Homem. Grandes professores nos ensinam colocar em prática o evangelho que Jesus nos deu e de como viver as virtudes da fé, esperança e caridade, e de várias outras, especialmente a da humildade.
Portanto, é uma solenidade que vem incitar a nossa vontade em querer a vida eterna ao lado do nosso Criador e Salvador, para fazer com que olhemos para nós mesmos, ver o que estamos fazendo de correto para alcançar o céu e corrigir aquilo que ainda nos tira do caminho da santidade.
José Vitor Rezende, 2º do discipulado.