INDULGÊNCIAS: ESPLÊNDIDA MANIFESTAÇÃO DO AMOR DE DEUS!

As grandes verdades existem imutavelmente. Queiram os homens ou não! Isto: fui criado à semelhança de Deus… Amar a Deus e ao próximo, etc. será sempre, eternamente, isto! Essas verdades, bases de tudo, são absolutamente acessíveis ao letrado e ao iletrado. Nada tem de extraordinário a não ser a grandeza da simplicidade. Outra simples, grande e imutável verdade é que fomos criados por Deus e para Deus, viemos d’Ele e a Ele devemos voltar. Também é verdade que somos possuidores de um grande dom que o Senhor nos concedeu, chamado Livre Arbítrio, assim, no uso desse nosso Dom, escolhemos o caminho que vamos trilhar, nos aproximando ou nos distanciando do nosso fim último: Deus.

Outra verdade é que a chama do pecado original apaga-se pelo batismo, ficando em nosso ser humano, a mancha do carvão apagado, provocando profundo desequilíbrio interior. Mancha sensível, sentida, experimentada, áspera, perturbando a livre e harmoniosa circulação da seiva divina: a graça. Mancha tão grande que é lei: “lei do pecado opondo-se da lei de Deus” (Rm 7). Contra esta “lei do pecado” temos à nossa disposição remédios eficazes, dados por nosso Senhor Jesus Cristo, através da sua Igreja, dispensadora dos seus dons aqui na Terra. O remédio contra o pecado se chama Graça, que perdemos ao cometermos pecados mortais e a obtemos novamente pelo sacramento da Reconciliação.

No entanto, o que muitas vezes ignoramos é que todo pecado traz em si duas consequências: a culpa e a pena, ou seja, cada pecado, mesmo perdoado, exige uma justa satisfação da pena temporal devida. Então, para que alguém fique totalmente redimido do pecado é preciso que obtenha de Deus o perdão da culpa, através da Confissão, e a remissão da pena temporal. Por exemplo, se alguém inventa uma calúnia sobre uma pessoa, não basta pedir perdão, deve restaurar novamente a honra e a boa fama da pessoa caluniada. É uma questão de justiça! Assim também é em relação a Deus, misericordioso e justo!

Aqui nos deparamos com mais uma belíssima e eterna verdade, fruto do Amor de Deus para com todos nós: o Purgatório! Esse período de purificação serve para satisfazermos justamente as penas que ainda restaram dos pecados veniais que cometemos ou mesmo dos pecados mortais que foram perdoados pela confissão. Para que, totalmente purificados, sem nenhuma mínima mancha, possamos entrar na Alegria do Nosso Senhor e participar do Banquete eterno que nos foi preparado! Mas o Senhor sempre excede nossas expectativas e sua bondade e misericórdia não tem limites. Ele, através da Igreja, nos
concede meios para podermos satisfazer tais penas temporais aqui mesmo nessa terra. Temos mais uma esplêndida manifestação do seu amor: as Indulgências, que tem como objetivo instaurar mais depressa o Reino de Deus e fazer com que a Igreja se apresente a Cristo sem mancha, nem ruga, mas santa e imaculada (Ef 5,27).

A Igreja, que é o “Sacramento universal da salvação da humanidade” (LG, 48), nos oferece meios para ganharmos essas indulgências e assim, ao sermos perdoados da culpa na Confissão, também nos redimirmos das sequelas desses pecados, pela Indulgência (Cf. CIC 1489). “O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado.” (CIC 1472). São essas penas temporais que podem ser redimidas pelas indulgências.

Mas para que alguém possa receber alguma indulgência plenária (remissão de todas as penas temporais) ou parcial (remissão de uma parte das penas temporais), a Igreja, na sua sabedoria, coloca alguns requisitos necessários, afinal não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Precisa primeiramente de uma disposição em receber esse tão precioso presente, ou seja, um desapego total ao pecado o que nos garante uma união cada vez maior como nosso Deus. Além disso, são colocadas três condições: a confissão sacramental, a comunhão eucarística e a oração nas intenções do Santo Padre.

Chegamos a outra grande verdade: Deus é Amor! E nós somos convidados a permanecermos nesse amor que nos une e nos faz semelhantes a Deus. Por isso, a Igreja, nos dá também a possibilidade de oferecermos as indulgências àquelas almas que já se encontram no Purgatório, exercendo assim de maneira mais excelente a caridade. Uma vez recebendo a indulgência plenária, a alma, que se encontrava ainda em purificação, se vê imediatamente purificada e pode assim entrar definitivamente na morada eterna que foi, por Deus, preparada para todos nós. E um dia muito especial para aplicarmos uma
indulgência em favor das almas do Purgatório é o Dia de Finados (dia dos fiéis defuntos)
. Para isso, além de cumprimos aquelas três condições citadas, precisamos também visitar um cemitério ou, se não for possível, alguma Igreja paroquial.

Como é bom conhecermos todas essas verdades e sabermos que Deus nos ama e se preocupa conosco! Mesmo que sejamos, muitas vezes, infiéis, Ele sempre nos oferece, pela Igreja, todos os meios necessários para chegarmos até Ele, e n’Ele repousarmos felizes por toda a eternidade!

Pe. Wallace Guedes de Morais.

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