Eu mereço o céu?

O dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados é celebrado pela Igreja católica, no dia 2 de novembro, logo após ao dia em que celebramos todos os santos. Este dia nos leva sempre a refletir sobre a morte. Um dia celebramos todos os santos e no outro dia finados, isso me conduziu a uma profunda meditação alegórica. Há alguns dias, em um sagrado momento de adoração, me encontrei despercebido meditando sobre como ou quando seria a minha morte. Se Deus me der a graça de um dia contemplar a sua face no paraíso, como seria essa realidade? Como seria a minha chegada ao céu? Enfim, de fato, como seria o céu? Perguntas estas, que me levaram a comparar o meu sonho com a minha realidade. Fiquei por alguns minutos idealizando essa mística cena: “minha chegada ao céu”.

[…] Chegando ao céu fui acolhido pelos amigos de Cristo, os Santos, estes que tenho um grande carinho e busco sempre imitar os seus exemplos. Logo de início, me deparei com um grande homem, o primeiro Santo que me acolheu no céu, foi São Pio de Pietrelcina, ele se dirigiu a mim e disse: Caro filho espiritual, seja bem-vindo à felicidade eterna, os seus sacrifícios oferecidos a Deus na sua vida terrena e o seu amor pela Sagrada Eucaristia, te trouxe aqui, como um dia também me trouxe, venha partilhar comigo as belezas deste paraíso. Meu coração logo se encheu de alegria, aliás, transbordava de alegria, pois São Padre Pio sempre foi um grande santo de devoção para mim.

Adentrando naquele belo lugar, logo me apareceu mais um grande homem, este que esteve presente no início da minha caminhada na Igreja, me ajudou a buscar sempre uma verdadeira conversão, com muita paciência São João Bosco dizia: Que alegria imensa vê-lo aqui conosco. Sua dedicação e a sua caridade aos jovens fez com que você fosse instrumento nas mãos de Deus para apresentar a muitos jovens o amor de um verdadeiro Pai, e essa dedicação pela juventude o colocou mais próximo das coisas do alto e te apresentou o caminho para o céu, e aqui você está hoje. As belas palavras do caro Dom Bosco dilatavam o meu coração.

Logo em seguida avistei de longe um pequeno menino correndo em minha direção, de longe eu escutava os seus gritos, e ele dizia com grande alegria: Viva Cristo Rei, Viva a Virgem de Guadalupe! Quando se aproximou de mim sorrindo com um jeito inocente de criança, disse: você foi fiel a Cristo, foi um verdadeiro soldado, sempre o defendeu sem medo, se doou a Ele e essa atitude de defesa a Cristo te trouxe aqui para partilhar comigo a alegria do céu, o céu agora é a sua casa.

Continuando naquele belo caminho ornado por flores e exalando um belo perfume, avistei de longe uma linda moça, a sua beleza tinha um brilho incrível, ela estava parada e sorrindo para mim com um doce sorriso, ao se aproximar dela recebi um presente, era uma simples, mas uma bela flor de cor branca, logo percebi que estava diante de mim a pura Santa Maria Goretti, e ela assim dizia: Muito me orgulhou a sua luta contra os pecados da carne, esta luta te fortaleceu, e gerou em ti uma grande força, e com essa força você adquiriu uma excepcional pureza de coração, que teve como consequência em sua vida o dom do perdão, como Deus perdoa os seus filhos, você aprendeu a perdoar as pessoas que estavam ao seu redor que de alguma forma magoaram você e também a Deus. A pureza de coração e o dom do perdão te aproximou, mais que isso, essas virtudes te trouxe aqui para partilhar comigo das maravilhas do céu, seja bem-vindo. O meu o coração estava pulando de alegria, mas o melhor ainda estava por vir.

Ainda caminhando avistei uma mulher silenciosa, que observava todo o meu caminho e ao seu lado um pequeno jovem. Chegando mais perto daquela mulher, percebi que se tratava de Maria, com uma beleza que eu jamais fui capaz de contemplar em toda a minha vida. Ao se Aproximar de Nossa Senhora, com uma voz muito doce e gentil ela me dizia: o seu Fiat à vontade de Deus floresceu em ti a humildade que você necessitava para atingir inúmeras outras virtudes. Esta virtude base te aproximou dos amigos de Cristo, os quais apresentou a você a alegria da doação a Deus, com essa alegria você pode alcançar a santidade necessária para contemplar a face de Deus, a sua busca a todo momento pela santidade tocou extremamente o meu coração, vi em você um novo João, e por isso intercedi para que Deus sempre te desse graças necessárias para um dia além dele, eu também poder te encontrar face a face, seja bem-vindo meu filho a felicidade eterna.

Depois de um grande diálogo com Nossa Senhora, algo ainda me deixava curioso: a figura daquela criança que não deixava em nenhum segundo de contemplar a beleza de Nossa Senhora, me aproximei dele em silêncio e o reconheci, era o pequeno grande Gabriel da Virgem Dolorosa e também em silêncio ele entregou a mim um pequeno bilhete, onde estava escrito: “Fazer desta Mulher, a mãe de Jesus Cristo, a sua mãe, te trouxe ao céu. Uma mãe jamais abandona um filho que lhe pede auxílio. Foi Maria que sempre te guiou pelos caminhos árduos e difíceis da vida terrena, mas eram caminhos retos e cheios de esperança. Você pela sua bela caminhada, partilhando como Maria os sofrimentos de Cristo crucificado merece fazer parte da glória de Deus. Seja bem-vindo ao céu meu irmão”.

Neste momento eu observava toda aquela realidade, sorria, mas ao mesmo tempo chorava de alegria em poder contemplar toda aquela glória. De repente eu abri os olhos, toda aquela visão tinha desaparecido e me deparei com uma realidade atual, da qual pude e posso também contemplar a face de Deus, era Jesus na Eucaristia que me apresentava toda aquela visão para suscitar mais ainda em meu coração a vontade do céu. Naquele momento de adoração comecei uma grande reflexão… E se eu morresse hoje, será se eu realmente mereceria o céu que Jesus me apresentou? Será se hoje eu posso de alguma forma me comparar ou ao menos me assemelhar aos amigos de Cristo? Será se encontro em mim todas as virtudes heroicas que me foram apresentadas? Será se no céu os meus amigos santos estão realmente felizes com a minha trajetória aqui nesta vida terrena? E Nossa Senhora… será se ela consegue ver em mim um amor a Deus como o amor do discípulo amado? Será se hoje eu mereceria o céu?

Caio Omar Figueiró, 2º ano do discipulado.

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