“Vem, Espírito Santo!”

Cinquenta dias após a Páscoa o Senhor nos envia o Espírito prometido, Aquele que é fruto da união do Pai com o filho, Aquele que é amor. Antes de voltar para junto do Pai e sentar-se à Sua direita, Jesus promete enviar o Espírito Santo para, por meio d’Ele, permanecer conosco: “Eis que estou convosco até consumação dos séculos” (Mt.28,20). Ele esteve presente desde o inicio da Igreja e quis continuar caminhando ao nosso lado por meio do Espírito Santo.

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque ele nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós.” (cf.Jo.14,15-21). Cristo promete um outro “Paráclito”, ou seja, um outro que se coloca ao nosso lado para nos consolar, defender e aconselhar. Basta que O amemos de todo coração e, então, o Espírito fará em nosso ser habitação e assim nos tornaremos templos vivos da Santíssima Trindade.

Todas as vezes que participamos da Santa missa, a oração das orações na qual renovamos o sacrifício de Cristo na cruz, recebemos o Espírito Santo em plenitude. Todas as vezes que comungamos ficamos repletos do Espirito que vem em socorro da nossa fraqueza para nos consolar. A Santíssima Trindade vem saciar nossa sede para que, através de nós, outros experimentem a graça do Espírito Santo.

“Ser instrumento do Espírito Santo não é resultado da nossa perfeição, da nossa santidade. Pelo contrário. Nosso caminho de santificação, passa necessariamente pela efusão do Espírito Santo”[1]. Deus não precisa de nós, mas quis precisar da nossa ajuda para alcançar outras pessoas e proporcionar a elas uma profunda experiência com o amor, o Espírito Santo. Nossa experiência deve nos impulsionar a testemunhar o amor de Deus que foi derramado em nosso coração pelo Espírito que nos foi dado. Não podemos guardar a alegria de Pentecostes, mas levá-la à todas as nações.

Somos sal da terra, por isso busquemos dar sabor à vida daqueles que já não encontram sentido em sua existência. Levemos a doçura do amor de Deus para este povo tomado pelo amargor do ódio semeado por Satanás, o príncipe deste mundo.

“Mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará forças; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém” (At.1,8). Com essa promessa os discípulos se reuniram com Maria no cenáculo e “perseveravam unanimemente na oração” (At.1,14). E, no dia de pentecostes, “de repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At.2,2-4). Quando ouviram os apóstolos falar em todas as línguas, diziam alguns com certa razão: “Estão cheios de vinho” (At.2,13). Na verdade, já se haviam transformado em odres novos, renovados pela graça da santidade, a fim de que, repletos do vinho novo, isto é, do Espírito Santo, parecessem ferver ao falar em outras línguas. E com este milagre tão evidente prefiguravam a universalidade da futura Igreja. (Cf. 2° leitura do Ofício da 7° semana da Páscoa)

Para recebermos o Espírito devemos desejar, pedir e perseverar. O nosso coração deve desejar Sua presença de tal forma que sejamos insistentes na oração e não cessemos enquanto não chegar a hora que o Pai nos enviar o Seu Espírito. É preciso pedir para receber. O Senhor quer nos dar essa graça, mas espera nosso pedido. As vezes Ele demora em nos conceder tamanho presente para que nosso coração se alargue e O desejemos com ainda mais intensidade. É preciso invocar com fé: “Vem, Espírito Santo”.

Quando recebemos o Espírito Santo somos renovados por Sua presença que nos dá vida nova e nos transforma em novas criaturas. Quando O recebemos nosso coração se inflama e nosso ser é incendiado pelo fogo de Seu amor que nos aquece e purifica.

Só podemos alcançar a santidade a partir de uma profunda intimidade com o Espírito Santo, somente ele pode purificar nosso coração e nos dar vida nova. Esta é uma conclusão que podemos tirar ao olharmos para a vida dos santos: eles entenderam que por suas próprias forças seria impossível chegar a perfeição e por isso recorreram ao Seu auxílio.


[1] JONAS, Abib. Aspirai aos dons espirituais

Matheus Pedrosa – 3° ano do discipulado

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